Nesse mês da Mulher, responda de verdade: qual das personagens principais dos filmes abaixo você é, seria ou desejaria ser?
A) A Shirley do filme “Shirley Valentine” de 1989
B) A Vivian do filme “Uma Linda Mulher” de 1990
C) A Elizabeth do filme “Comer, Rezar e Amar” de 2010
Se sua resposta foi a opção A, você provavelmente assistiu esse filme, que é o meu caso e que mudou profundamente a minha forma de pensar, de enxergar a minha mãe e de vislumbrar o meu futuro como mulher adulta na sociedade. Agora, se você não era nascido na década de 80 ou 90 e não assistiu, por favor assista e veja que o tema é mais atual do que nunca! Claro que, 40 décadas depois, a mulher casada, mãe e dona de cada mudou profundamente e já não é mais um modelo aspiracional para as mulheres modernas. Mas infelizmente e assustadoramente nós todas continuamos lutando contra o preconceito, os dogmas, o machismo e a expectativa que a sociedade, a família e os homens têm de nós.
Se sua resposta foi a opção B, você é como a maioria das mulheres: romântica e que acredita que uma hora o seu príncipe encantado vai chegar e mudar a sua vida para melhor. Problema nenhum quanto a isso, eu mesma já fui assim, mas quantas mulheres resolvem mudar de vida por consciência e vontade próprias? Resolvem abrir mão de seus supostos príncipes encantados e de viver uma vida “perfeita” para buscar realizar o seu sonho e ter uma vida real?
Se sua resposta foi a opção C, você provavelmente é uma mulher mais sensível, menos ligada às questões estéticas, banais e convencionais, que está buscando olhar pra dentro, se descobrir, se desapegar, se espiritualizar e viver intensamente o momento. Mas, até que ponto isso se sustenta quando você percebe que para viver assim terá que viver só?
Eu, assim como a maioria das mulheres da Geração X, fui criada para ser uma Linda Mulher, viver como a Shirley Valentine e apenas sonhar em ser uma Elizabeth. Hoje, a maioria de nós ainda vive como uma Linda Mulher, algumas poucas se rebelaram como a Shirley e pouquíssimas tiveram a coragem da Elizabeth. Enfim, o cenário mudou pouco e piorou muito com a chegada das redes sociais, dos aplicativos de relacionamento e da banalização das relações afetivas. Será que todos nós, homens e mulheres, evoluiremos para o triste final do filme “Ela”/”Her” de 2013: solitários, se relacionando apenas com robôs e desprovidos de inteligência emocional?
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